O que não fazer e não dizer para alguém em sofrimento

Essas orientações vão te ajudar a estabelecer uma relação de confiança sem erros.

Conversar com alguém em sofrimento pode nos gerar dúvidas do que falar ou não. Abaixo estão sugestões de coisas a se dizer e fazer, bem como o que não dizer e não fazer. O mais importante é que você seja você mesmo genuíno, autêntico e sincero ao oferecer sua ajuda e cuidado.

O que fazer e dizer:

O que não fazer e dizer:

  • Seja honesto e confiável

  • Respeite o direito das pessoas decidir por si mesmas

  • Esteja atento sobre suas preferências e preconceitos e coloque-os de lado

  • Deixe claro para as pessoas que mesmo que elas não queiram ajuda agora, elas poderão recebê-la posteriormente

  • Respeite a privacidade e mantenha a história da pessoa em sigilo, a menos que isso a coloque em risco

  • Comporte-se apropriadamente, considerando a cultura, a idade e o gênero da pessoa

  • Tente encontrar um lugar silencioso para conversar e limite as distrações externas

  • Esteja perto, mas mantenha uma distância apropriada de acordo com a idade, o gênero e a cultura da pessoa

  • Mostre que você está ouvindo: por exemplo, balance sua cabeça ou diga “hmmmm…”

  • Seja paciente e calmo

  • Forneça informações, se você as tiver.

  • Seja honesto sobre o que você sabe e não sabe. “Eu não sei, mas eu vou me informar sobre isso para você.”

  • Forneça informações de modo que a pessoa entenda – fale de maneira simples

  • Reconheça como elas estão se sentindo e quaisquer perdas ou eventos importantes que te contarem, tais como a perda da casa onde moravam ou a morte de um ente querido. “Eu lamento pelo que houve. Posso imaginar o quão triste isso é para você.”

  • Reconheça os esforços da pessoa e como eles ajudaram

  • Permita o silêncio.

  • Não se aproveite da sua relação de cuidador

  • Não peça dinheiro ou favores para ajudar as pessoas

  • Não faça falsas promessas, não dê falsas garantias, nem forneça falsas informações

  • Não exagere sobre suas habilidades

  • Não force as pessoas a receberem ajuda e não seja invasivo ou agressivo

  • Não pressione as pessoas para contar-lhe histórias pessoais

  • Não conte as histórias das pessoas aos outros

  • Não julgue as pessoas por suas ações ou sentimentos

  • Não interrompa ou apresse a história de alguém (por exemplo, não olhe no relógio ou fale muito rapidamente)

  • Não toque a pessoa se você não tiver certeza de que é apropriado fazê-lo

  • Não julgue o que elas fizeram ou não fizeram ou como estão se sentindo. Não diga: “Você não deveria se sentir assim”, ou “Você deveria se sentir sortudo por isso ou aquilo.”

  • Não invente coisas que você não conhece

  • Não use termos muito técnicos

  • Não compare a história delas a história de outra pessoa

  • Não compare o problema dela com os seus próprios problemas

  • Não pense ou aja como se você devesse resolver todos os problemas da pessoa no lugar dela

  • Não menospreze os esforços das pessoas e seu senso de capacidade de cuidar delas mesmas

  • Não fale sobre as pessoas utilizando termos negativos (por exemplo, não os chame de “loucos” ou “malucos”).

Texto produzido em setembro de 2023 por Ricardo Pereira da Silva Oliveira, Psicólogo do DeACE-Ar,
então vice coordenador de Coordenadoria de Articulação em Saúde Mental.
Fonte:  Guia de Primeiros Cuidados Psicológicos (OMS)